Um manifesto assinado por 300 médicos de Minas Gerais reprovou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID-19, como a hidroxicloroquina, ivermectina, cloroquina, entre outros que fazem parte do chamado “tratamento precoce”. No documento, os especialistas defenderam outras medidas para conter a pandemia no Brasil.
Os especialistas disseram que as entidades médicas devem buscar atuar junto às outras entidades de saúde em busca de uma política que, verdadeiramente, enfrente a pandemia, como o distanciamento social, investimentos maciços no Sistema Único de Saúde (SUS) e na capacidade brasileira de produção de vacinas. Na visão dos médicos, a prescrição de substâncias sem comprovação científica é “charlatanismo”.
“Esse cenário nos coloca como partícipes de uma política cruel, que finge que trata, enquanto deixa as pessoas morrerem”, diz o documento.
Em busca de respostas
Na última quinta-feira (14/01), o Ministério da Saúde lançou o TratCOV, um aplicativo que estimula a prescrição de remédios sem eficácia contra a COVID-19. Desde então, ex-dirigentes do Conselho Federal de Medicina (CFM) pediram que a entidade se manifestasse sobre a condução da pandemia pelo governo federal.
No mesmo dia, o CFM divulgou um documento que reconhece as vacinas aprovadas em diversos países como conquista que “traz esperança para superação dessa crise sanitária”, saindo em defesa dos imunizantes. O comunicado, no entanto, não mencionou o TratCOV e nem abordou diretamente os chamados “tratamentos precoces” da doença.