Cinco integrantes de uma quadrilha, com idades entre 17 e 25 anos, foram alvos de uma mega-operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) à manhã de sexta-feira (19), pouco menos de um mês após três deles invadirem a residência de um policial penal que ocupa cargo de vereador no município de Unaí, à região Noroeste do Estado. À época dos fatos, trio enlaçou com cordas agente, mulher dele e seus dois filhos menores de dez anos, para depois deixá-los trancados em um banheiro por meio hora. Munições, objetos pessoais, uma televisão e o automóvel da família foram subtraídos pelos suspeitos. Vítimas relataram à polícia que um deles, não satisfeito, chegou a retirar o par de brincos de ouro das orelhas da filha de três anos do policial.
Investigações começaram logo no dia do crime, à madrugada de 26 de fevereiro. Segundo revelou o inquérito, o trio invadiu a residência do vereador às 3h30 e ali permaneceu até rendê-lo na saída para o trabalho às 5h30. Além dos três, inspetores relacionaram como integrantes da organização criminosa mais dois suspeitos que não participaram presencialmente do roubo à família com cárcere privado. Eles também são indicados como membros da quadrilha por terem igualmente se beneficiado da ação, como detalha a delegada à frente da investigação, Gabriela Mol.
“Identificamos no correr das investigações um vínculo associativo entre os cinco. As prisões cumpridas hoje (sexta-feira, 19) não se limitaram ao roubo praticado em questão, pois, no momento do crime eram três os suspeitos na residência do policial. Entretanto, nós concluímos que todo o núcleo da associação criminosa se beneficiava dos produtos dos roubos. É uma característica da organização, há revezamento de autores na prática reiterada de crimes”, reforça.
O inquérito instaurado, e que será remetido à Justiça nos próximos dez dias, revelou que a quadrilha, em realidade, iniciou sua atuação no mundo do crime no município de Paracatu, também na região Noroeste de Minas Gerais. Entretanto, após terem cometido roubos e, pelo menos, um homicídio na cidade, decidiram transferir-se para Unaí com o intuito de fugir da polícia e escapar da possível vingança de rivais. A mudança aconteceu em dezembro e, segundo a delegada, suspeitos já planejavam mais assaltos na região.
“Quando iniciamos o levantamento sobre a vida pregressa dos suspeitos, chegamos à conclusão de que são responsáveis por inúmeros crimes em Paracatu. De lá saíram justamente porque temiam a ação de rivais e da polícia. Eles se instalaram em Unaí, e, inclusive, foram encontrados indícios de que estavam planejando outros crimes graves”.
Três dos suspeitos foram detidos em Unaí à manhã de sexta-feira (19). Entre eles está o líder da quadrilha, um homem de 25 anos contra o qual havia um mandado de prisão em aberto – ele é autor de extensa ficha criminal, como citou a delegada. “O líder da associação era foragido da Justiça e detém um grau de periculosidade muito significativo, tendo praticado crimes também em Goiás e até mesmo trocado tiros com a polícia em ocasiões anteriores”.
Outros dois integrantes do grupo acabaram capturados em endereços residenciais ligados a eles em Paracatu. Com a dupla, em cumprimento a mandados de busca e apreensão expedidos, a Polícia Civil recolheu munições, joias roubadas – alianças entre elas –, uma arma de fogo, celulares e outros pertences subtraídos em roubos. Aliás, o celular particular do policial penal feito refém com a família em Unaí tornou-se aparelho de uso pessoal do líder do bando após o crime. Quinteto, de acordo com investigação, também teria relação com o tráfico de drogas no Noroeste mineiro.
“Suspeitos são muito jovens. O líder é o mais velho e tem apenas 25 anos, e entre eles está um adolescente de 17 anos. Apesar de tão jovens, sempre estiveram envolvidos com a criminalidade, desde a adolescência. Temos informações que nos levam a crer que também praticavam tráfico”, detalha a delegada – idades dos suspeitos são 17, 19, 21, 24 e 25 anos.
Operação Coiote
Ação que garantiu prisão de suspeitos e apreensão do adolescente foi nomeada “Coiote” e, além da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), participaram também a Polícia Penal e a Polícia Militar (PM). “O nome ‘Coiote’ simboliza a capacidade da polícia em monitorar os suspeitos e aguardar o momento certo para promover a repressão qualificada”, declarou a delegada Gabriela Mol. Inquérito será remetido à Justiça em dez dias, e integrantes de quadrilha serão indiciados.
Parabéns as equipes da Policia Civil, Polícia Penal e Polícia Militar pela excelente operação com resultados e resposta rápida! ????????????????