Um homem de 39 anos foi preso na tarde desse sábado (2) após se exaltar no balcão do hospital municipal de João Pinheiro e exigir atendimento rápido para sua enteada.
Morando há menos de um mês na cidade, o homem já teria dado entrado na unidade por três ou quatro vezes com a jovem de 16 anos se queixando de fortes dores abdominais e na região pélvica, o que chamou a atenção da Polícia.
Os militares, que suspeitam de que ele se dirige a unidade para ter controle do que a enteada fala aos profissionais da saúde, foram acionado pela diretora do hospital, uma vez que o homem batia as mãos sobre o balcão, apresentando comportamento de revolta.
Os profissionais também estranharam a forma com que ele se portava com a vítima, tendo sido necessário que o médico plantonista ordenasse a saída do padrasto do local, pois estava atrapalhando o atendimento.
Foi constatado que a garota, além de dores na região da barriga e próximo às partes íntimas, estava bastante assustada e apresentava lesões nas costas que podem ser fruto das agressões. Também foi constatado pela equipe médica que seu hímen já se encontrava rompido.
Comportamento doentio
Ao conversar com testemunhas, a Polícia descobriu que o homem pode ter obrigado os parentes a tomar um remédio sedativo em várias ocasiões e aproveitado o momento em que todos dormem para abusar da menina.
Em depoimento ao Conselho Tutelar, as testemunhas relatam que a desculpa para a ingestão à força dos medicamentos é o combate à suposta verminose. Mas sempre no dia posterior ao “tratamento”, a jovem precisar dar entrada no hospital com fortes dores.
Também chama a atenção o comportamento doentio do padrasto em relação à enteada. Ele teria obsessão pela moça, chegando a proibi-la de se aproximar das pessoas e até mesmo de ir à escola. O padrasto teria ainda, na noite anterior, tentado agarrar e beijar a vítima.
Estupro tentado
De acordo com os policiais, o laudo médico não constatou abuso recente, o que não significa que ele não tenha acontecido em ocasiões anteriores. O rompimento do hímen seria uma das provas de que a garota foi violada anteriormente.
A Polícia ressalta ainda que estupro, diferentemente do que muitos pensam, não é caracterizado somente por penetração. Conforme a Lei 12015/2009, o crime ocorre toda vez que se constrange alguém, “mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, o que gera uma pena de oito a 12 anos de reclusão.
O suspeito foi autuado por estupro tentado, porém a jovem ainda será ouvida pela perícia. Sendo comprovadas as suspeitas, novos crimes poderão ser descobertos pela investigação. Também serão ouvidas a conselheira tutelar e a mãe da vítima.