Um menino de apenas 10 anos foi vítima de um crime bárbaro na zona rural de Indaiabira, no Norte de Minas, nessa sexta-feira (15). Carlos Daniel Pereira dos Santos teve o corpo carbonizado e foi encontrado por moradores da região. Cachorros da região estavam em volta do corpo, que estava sem alguns membros.
A morte do menino ainda é um mistério que pode ter várias linhas de investigações e, pelo menos, três suspeitos, segundo a Polícia Militar (PM). Carlos recebia ameças de morte de um homem de quem ele teria quebrado o vidro do carro. Ele também sofria abusos sexuais do padrasto. Por causa disso, os dois se tornaram suspeitos do crime.
O irmão de criação da vítima, que não teve a idade divulgada, também entrou na lista de suspeitos por que mentiu para a polícia sobre onde estava quando Carlos desapareceu. Além disso, no dia do sumiço da criança, esse irmão comprou um galão de gasolina.
Ameaça de Morte
A mãe da vítima, de 30 anos, contou aos policiais militares que mora na cidade de Taiobeiras, também no Norte de Minas, e que há cerca de dois meses levou Carlos para morar com um irmão de criação dele. Antes disso, o menino sempre tinha morado com a mãe.
Na versão da mulher, o filho de 10 anos estava sendo ameaçado de morte em Taiobeiras por ter quebrado o vidro de um carro na comunidade de Lagoa de Baixo. O dono do veículo disse que se encontrasse Carlos na rua ia passar o carro por cima dele. Segundo a mulher, com medo que algo acontecesse ao menino, ela o levou para a casa do irmão, em Indaiabira.
Abusos sexuais
Apesar do relato da mãe, testemunhas contaram à Polícia Militar que a mudança da criança pode ser porque ele sofria abusos sexuais do padastro. Com isso, os policiais voltaram a questionar a mãe, que disse que tinha conhecimento dos abusos e contou que as outras duas filhas dela também são abusadas sexualmente.
Apesar de saber dos estupros contra os filhos, a mulher nunca fez nenhuma denúncia. Ela disse que não acredita que o companheiro possa ter assassinado a criança e que ele estava na cidade de Pedra Azul. Mesmo assim, os dados do homem serão repassados à Polícia Civil para investigações.
Irmão mente em versão
O irmão de criação com quem o menino morava disse aos policiais que saiu cedo para o trabalho, e quando chegou em casa, por volta das 14h, não encontrou o irmão mais novo. Ele, então, começou a procurar o menino e pediu ajuda aos moradores.
No entanto, a versão dele foi desmentida por testemunhas e os militares apuraram que o rapaz não foi trabalhar no dia que Carlos desapareceu, e que ele ainda teria comprado um galão de gasolina horas antes do sumiço da criança.
Depois dessas apurações, os policiais procuraram o irmão do menino, que desapareceu.
O desaparecimento
Carlos Daniel voltava da escola todos os dias com uma colega. Na última quinta-feira (14), os dois desceram do ônibus escolar onde tinham costume e se separaram para cada um ir para sua casa. Depois disso, o menino não foi mais visto.
Ainda na quinta feira, os familiares e outros moradores da comunidade começaram a buscar pelo menino na zona rural. As buscas tinham sido feitas até 22h. No entanto, nenhuma pista foi encontrada.
Na sexta, por volta de 7h, um morador da comunidade de Muzelo achou o corpo, já carbonizado, e todos os pertences da criança, que tinham sido queimados também. Os moradores viram rastros de sangue perto de uma cerca e depois de 50 metros acharam o menino já carbonizado.
A perícia da Polícia Civil compareceu ao local e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Montes Claros. A Polícia Civil da cidade deve investigar o caso.
Até o fechamento desta matéria ninguém tinha sido preso, mas os policiais ainda continuavam a ocorrência. A cidade tem cerca de 7 mil habitantes segundo o IBGE.
Perícia
Segundo a Polícia Civil, a cena do crime já foi periciada pela equipe técnica da corporação. O corpo do menino foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros, onde será realizada a necropsia na tarde deste sábado.