Na tarde de quarta-feira (13), vários internos do presídio de João Pinheiro receberam certificados de conclusão de curso de artefatos de concreto (fábrica de blocos), oferecido pela Prefeitura Municipal de João Pinheiro por intermediação da Secretaria de Obras. Todo material produzido poderá ser usado pela Prefeitura.
Ao todo, foram entregues 10 certificados. Compareceram à solenidade o Juiz de Direito da 2º Vara Cível e Criminal de João Pinheiro, a Promotora de Justiça, o Delegado de Polícia Civil, o Secretário de Obras, o Diretor Regional de Administração Prisional, o Presidente da Câmara de João Pinheiro e a Polícia Militar.
O JP Agora esteve no local e conversou com alguns internos. Ordeni Texeira contou que a iniciativa serve como segunda oportunidade. “Pode servir pra nós, estamos começando e isso pode abrir as portas pra nós e pra outros detentos. Pretendemos fazer o possível para que não só a gente faça mas que os outros também”, disse.
Adair Coelho contou que a oportunidade é única e disse que pretende aprender mais. “A gente tem essa área pra atuar quando sair, aprendendo cada vez mais vai ser melhor. A gente mostrando disponibilidade, dando o melhor da gente talvez acaba esse preconceito que as pessoas tem com quem está aqui”, desabafou.
Além do diploma, os presos participantes receberão remissão de pena pelos dias que participaram do curso e, caso o projeto continue, poderão até ser remunerados pelo dia trabalhado. Segundo Paulo Henrique, Diretor Regional de Administração Prisional da 16º RISP, existem várias outras vertentes de projetos para serem executados que dependem apenas da Prefeitura Municipal demonstrar interesse na adesão.
“A gente tem várias outras frentes de trabalho que dependem da parceira com a Prefeitura, do interesse dela nessa mão de obra. Podemos dar o treinamento para o indivíduo privado de liberdade para depois ele exercer esse trabalho. Para o preso é bom. Hoje, essa parceria não é remunerada, mas pode ser, e para o preso que trabalha, ele tem remissão de pena, a cada três dias trabalhados ele tem um a menos na pena”, contou.
O diretor do Presídio de João Pinheiro, Glauton Pereira, conta que um sonho foi realizado e poucas unidades do sistema prisional de Minas Gerais tem esse projeto. “É um equipamento de 150 mil reais, precisávamos de um capacitador para treinar os presos, ministrar este curso, e através da Secretaria de Obras conseguimos um instrutor para que pudesse vir aqui na unidade e realizar este curso com todos os presos que estavam dispostos”, disse.
O Juiz de Direito da 2º Vara da Comarca de João Pinheiro, Dr. Rodrigo Martins Faria, avaliou positivamente a iniciativa e frisou que a sociedade deve contribuir com a ressocialização do preso. “Essa iniciativa é essencial para recuperação dos presos. É uma oportunidade deles devolverem para a sociedade uma forma de serem úteis e se sentir úteis. Possibilita que eles se ocupem com um trabalho digno. O fruto do trabalho deles servirá para grandes obras aqui em João Pinheiro. A sociedade tem que assumir o papel dela e contribuir para ressocialização do preso, afim de que esse preso, quando solto, não volte mais a cometer crimes”.